segunda-feira, 5 de maio de 2025

Porque está abatida ó minha alma?

"Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu."
(Salmos 42:11 - Almeida Revista e Atualizada)

Exegese e análise contextual:

1. Gênero literário e autoria:

O Salmo 42, junto com o 43, é considerado um único salmo em alguns manuscritos antigos e pertence ao segundo livro dos Salmos (Salmos 42–72). É atribuído aos "filhos de Corá", um grupo de levitas que cuidava da música no templo. Trata-se de um salmo de lamento, com fortes elementos de oração pessoal e clamor emocional.

2. Estrutura e paralelismo poético:

Este versículo é um refrão repetido (aparece também no verso 5 e em 43:5), formando o centro temático do salmo. É construído com paralelismo sinônimo e progressivo, onde a alma dialoga consigo mesma, numa luta interna entre angústia emocional e fé consciente.

3. Análise das palavras-chave (hebraico):

"abatida" (שָׁחַח - shakhach): denota estar curvado, prostrado, deprimido. A alma está oprimida emocionalmente, como se estivesse espiritualmente em colapso.

"perturbas" (הָמָה - hamah): significa estar tumultuada, barulhenta, inquieta. Reflete um estado de ansiedade ou conflito interno.

"espera em Deus" (יָחַל - yachal): verbo que implica esperança ativa e perseverante, não uma espera passiva. É confiar enquanto aguarda, mesmo sem ver solução.

"ainda o louvarei" (אוֹדוּ - odenu): forma verbal que aponta para o futuro. O salmista declara pela fé que voltará a louvar, mesmo que agora esteja em silêncio e dor.

"meu auxílio" (יְשׁוּעָה - yeshuah): literalmente “salvação” ou “libertação”. Aponta para Deus como aquele que salva em tempos de desespero.

Reflexão teológica:

Esse versículo é um retrato da realidade humana diante do sofrimento: uma alma abatida e perturbada tenta encontrar firmeza em Deus. O salmista não nega sua dor, mas também não a deixa dominar sua fé. Ele escolhe esperar e confiar.

Isso nos ensina que a fé bíblica é racional e emocional, mas também volitiva — envolve o querer. Mesmo quando a alma está em caos, é possível comandar a si mesmo: "Espera em Deus!" É como se o salmista fosse terapeuta de si mesmo, ordenando à sua alma que confie em Deus até que o louvor volte a brotar.

A profundidade dessa oração revela que a verdadeira espiritualidade não está em negar a tristeza, mas em saber onde depositá-la: no Deus que salva e sustenta.

Aplicação prática:

Quando enfrentamos crises emocionais, espirituais ou existenciais, podemos aprender com o salmista a:

1. Reconhecer nossas emoções com honestidade (abatimento e perturbação).


2. Dialogar com a alma em vez de apenas seguir seus impulsos.


3. Exercitar fé proativa, esperando em Deus mesmo sem ver resposta imediata.


4. Lembrar que o louvor voltará — porque Deus permanece sendo o auxílio e Salvador. 

Maior é aquele que está em vós!

1 João 4:4 (ARA):

"Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo."

Esse versículo faz parte de uma seção onde o apóstolo João orienta os cristãos a discernirem os espíritos (1Jo 4:1-6). Ele alerta sobre os falsos profetas que negam que Jesus veio em carne — um ataque direto ao ensino gnóstico da época, que separava espírito e matéria, negando a encarnação.

João está escrevendo para igrejas que enfrentavam heresias internas. Ao chamá-los de "filhinhos", ele reafirma o tom pastoral e carinhoso, lembrando-os de sua identidade espiritual.

  • “Filhinhos” (τεκνία / teknía):
    Um termo grego afetuoso, diminutivo de “filhos”, usado por João para se referir aos crentes com ternura e autoridade espiritual, como um pai ensinando seus filhos. 

  • “Sois de Deus” (ἐκ τοῦ Θεοῦ ἐστε):
    Indica a origem espiritual dos crentes — eles pertencem a Deus, nasceram Dele, e isso define sua identidade e fonte de poder.

  • “Tendes vencido” (νενικήκατε / nenikēkate):
    Verbo no perfeito grego: ação passada com efeitos contínuos. Isso significa que a vitória sobre os falsos profetas já foi conquistada e seus efeitos ainda estão em vigor. A vitória não é futura, mas uma realidade presente por meio de Cristo.

  • “Maior é aquele que está em vós”
    Refere-se ao Espírito Santo, a presença ativa de Deus habitando no crente.

  • “do que aquele que está no mundo”
    Refere-se ao espírito do anticristo, à influência de Satanás e do sistema mundano contrário a Deus.

  • Vitória espiritual não depende de força humana, mas da habitação de Deus em nós.
    A presença de Deus no crente (por meio do Espírito Santo) é superior em autoridade, poder e verdade a qualquer influência maligna do mundo. Não é uma comparação entre forças iguais — é um contraste entre o Criador e a criação caída.

  • Discernimento é um sinal de maturidade espiritual.
    A capacidade de reconhecer e rejeitar falsos ensinamentos é um fruto da permanência em Deus. Os crentes vencem porque têm o Espírito da verdade (1Jo 4:6).

  • Segurança espiritual em tempos de confusão.
    João oferece consolo e firmeza: em meio a vozes enganosas, os filhos de Deus têm dentro de si a voz maior — o Espírito de Cristo. Por isso, não precisam temer o engano, mas permanecer na verdade.

Conexões Bíblicas

  • João 16:33 – "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo."
  • Romanos 8:37 – “Em todas estas coisas somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou.”
  • Efésios 6:10-18 – A armadura de Deus nos dá força para resistir às astutas ciladas do diabo.

1 João 4:4 nos lembra que o poder da verdade e do Espírito de Deus em nós supera qualquer sistema maligno externo. Isso não é apenas um conforto, mas uma chamada à vigilância, confiança e fidelidade. Não devemos nos amedrontar com as pressões e falsidades do mundo, pois o Espírito que habita em nós nos equipa para discernir, resistir e vencer.

domingo, 4 de maio de 2025

Estudo Apologético: Refutação da Reencarnação com Base Bíblica

1. Introdução

A doutrina da reencarnação é central no Espiritismo, mas é estranha às Escrituras Sagradas. Este estudo tem como objetivo apresentar, com base bíblica, uma refutação clara e coerente da ideia de reencarnação, especialmente quanto à interpretação de que Elias teria reencarnado como João Batista.

2. Refutando Mateus 11:14

"E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir."

Resposta bíblica:

Lucas 1:17 esclarece: "E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias".

João Batista não era Elias reencarnado, mas veio com uma missão semelhante. Ou seja, o versículo 17 de Lucas 1 explica que João Batista iria preparar o caminho de Jesus com o mesmo poder de Elias e não como Elias.

João 1:21: "És tu Elias? [...] E disse: Não sou."

João Batista nega ser Elias, eliminando a possibilidade de identidade literal ou reencarnatória.

3. Refutando João 3:3-6

"Necessário vos é nascer de novo."

Resposta bíblica:

Jesus explica: "nascer da água e do Espírito" (v.5).

Trata-se do novo nascimento espiritual, não de reencarnação física.

"O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do Espírito é espírito." (v.6)

Isso diferencia claramente o nascimento biológico do renascimento espiritual.

4. Refutando João 9:1-3

"Quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?"

Resposta bíblica:

Jesus responde: "Nem ele pecou nem seus pais, mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus."

Jesus corrige a suposição errada dos discípulos. Essa pergunta dos discípulos mostra as falsas crenças da época, que não devemos tomar como verdadeiras e que Jesus imediatamente corrigiu, como vemos na resposta de Jesus em João 9:3.

Não há aquí base para vidas passadas.

5. Refutando a interpretação do arrebatamento de Elias (2 Reis 2:11)

"Elias subiu ao céu num redemoinho."

Resposta bíblica:

Elias foi arrebatado vivo, não morreu. Para que reencarne, precisa desencarnar é uma questão de lógica no Espiritismo, porque no caso de Elias e João Batista querem dar um jeito de abrir uma exceção e distorcer o que a bíblia diz, dizendo que Elias morreu quando foi arrebatado? Sendo que a Bíblia diz claramente que ele não morreu e sim subiu ao céu!

Marcos 9:4: Elias aparece na transfiguração com Moisés após a morte de João Batista.

Se Elias fosse João, não poderia aparecer como Elias depois. Afinal se ele reencarnou como João Batista, agora teria que ser João Batista, mais uma vez os Espíritas distorcem a lógica deles para distorcer os fatos Bíblicos, afim de tentar provar sua crença. 

6. Hebreus 9:27 — O argumento final

 "Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo."

Refuta de forma direta a ideia de várias vidas. 

**Um estudo apologético é uma abordagem de estudo voltada para a defesa racional da fé, especialmente no contexto religioso. A palavra “apologética” vem do grego apologia, que significa “defesa” ou “resposta”. Esse tipo de estudo é muito comum no cristianismo, mas também existe em outras religiões e filosofias. No contexto cristão, por exemplo, a apologética cristã busca apresentar argumentos lógicos, históricos, filosóficos e teológicos para:
Confirmar a existência de Deus;
Defender a veracidade da Bíblia;
Sustentar a fé cristã frente a críticas, dúvidas ou outras crenças;
Explicar e justificar as doutrinas centrais do cristianismo. Ela pode ser usada tanto para fortalecer a fé dos crentes quanto para dialogar com pessoas de fora da religião.


Não Temas

"Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu."

(Isaías 43:1)

Neste versículo, Deus fala diretamente ao coração de um povo cansado, ferido e temeroso. E essas palavras ainda ecoam em nós, quando enfrentamos incertezas, dores e momentos em que nos sentimos perdidos ou sem identidade.

"Não temas" não é apenas um consolo. É uma ordem amorosa de um Pai que conhece nossas limitações e ansiedades. Ele diz isso não porque os problemas desaparecerão, mas porque Sua presença é maior que todos eles. Deus não minimiza a dor, Ele promete estar conosco dentro dela.

"Porque eu te remi" nos lembra que fomos comprados por um alto preço. Redenção implica valor – e não um valor imposto por este mundo, mas um valor eterno, definido por Aquele que nos criou. Somos preciosos não pelo que fazemos, mas por quem somos Nele.

"Chamei-te pelo teu nome" mostra que Deus nos conhece de forma íntima. Não somos um número, uma multidão, ou um erro. Somos indivíduos com identidade e propósito. Nosso nome está nos lábios de Deus – isso revela cuidado pessoal, relacionamento e amor profundo.

"Tu és meu" sela essa promessa com pertencimento. Quando tudo ao nosso redor nos rejeita, Ele nos acolhe. Quando nos sentimos sem lugar, Ele nos lembra: “Você me pertence. Está seguro em mim.”

Essa passagem é um convite para descansarmos na certeza de que, mesmo em meio ao caos, temos um Criador que nos formou, um Redentor que nos resgatou e um Pai que nos chama pelo nome. E isso é mais do que suficiente.

sábado, 3 de maio de 2025

Deus é Grande demais para não se importar

Isaías 40:31 (ARA) – Exegese e Reflexão Devocional

Isaías 40:31 diz: “Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” (ARA). Este versículo poético está inserido em um discurso de consolo e esperança aos israelitas exilados. O contexto histórico é o exílio babilônico (século VI a.C.), quando o povo de Judá vivia desanimado fora de sua terra. Embora o profeta Isaías tenha vivido no século VIII a.C., muitos estudiosos (como J. N. Oswalt) entendem que os capítulos 40–55 do livro refletem a voz de um “Segundo Isaías” voltada ao exílio na Babilônia. Nessa perspectiva, Isaías 40-41 é um conjunto de oráculos proféticos-consolatórios: ele repete o famoso convite “Consolai, consolai o meu povo” e exorta a confiar no poder e na fidelidade de Deus apesar das tribulações. O teólogo Walter Brueggemann observa que Isaías “convoca a comunidade a viver em esperança, a esperar no Senhor, mesmo em meio à incerteza e ao medo”, e promete que os que assim fazem receberão “novas forças” para superar obstáculos.

Análise da Estrutura e Palavras-chave

Isaías 40:31 é um belo exemplo de poesia paralelística hebraica, empregando paralelismo e imagens simbólicas. O verso principal apresenta duas ideias paralelas (“sobem… correm” versus “não se cansam… não se fatigam”) que reforçam a totalidade da promessa de Deus. Vejamos as palavras-chave em hebraico e seu significado literal:

  • Esperam (קוֹוים, qaváh) – Do verbo קוה, que significa “esperar com expectativa” ou “ter esperança”. No hebraico bíblico, esperar em Deus é esperança ativa, não mera passividade. Como nota John Oswalt, *“waiting [no hebraico] is not merely killing time, but a life of confident expectation”*. Em Isaías 40:31, o termo וְקֹוים (v’kavím) sugere confiar firmemente nas promessas divinas. Em português, esse “esperar” implica perseverar confiantes de que o Senhor agirá.

  • Renovam (יַחֲלִיפוּ, yachalifú) – Do verbo חלף (chalaph), que literalmente significa “trocar”, “mudar” ou “substituir”. Na forma niphal (passivo/reflexivo), transmite a ideia de “receber em troca algo novo”. Assim, “renovam as forças” não é só recuperar o vigor antigo, mas receber poder totalmente novo e superior. O site de estudo bíblico em português observa que chalaph traz a ideia de Deus não apenas restaurar forças, mas substituí-las por algo melhor. Essa “troca” poética sugere transformação completa do estado do fiel que espera no Senhor.

  • Forças (כֹּחַ, ko’ach) – Substantivo que significa “força”, “poder” ou “vigor”. Refere-se tanto à força física quanto à capacidade interior. Deus promete em Isa 40:29–31 restaurar o ko’ach dos cansados. Ou seja, Ele dá vigor aos fatigados e dá poder a quem não tem força (cf. Isa 40:29).

  • Asas (אֶבֶר, éver) e “como águias” (כַּנְּשָׁרִים, kanesharím) – A expressão יַעֲלוּ אֶבֶר כַּנְּשָׁרִים significa literalmente “subirão com penachos como águias”. A palavra אֶבֶר (éver) é o termo hebraico poético para “asas grandes”, “penas de vôo”. O sentido figurado é que o Senhor levantará espiritualmente os que esperam, comparando-os às águias que voam alto e sem esforço. O dr. Oswalt destaca que este versículo emprega o paralelismo hebraico de modo magnífico para enfatizar uma “completa transformação” dos que depositam esperança no Senhor.

  • Correm e não se cansam (יִרְוצוּ וְלֹא יִיגָעוּ) – Os verbos רָץ (rats, “correr”) e יָגַע (yaga, “cansar-se, fatigarse”). A forma וְלֹא יִיגָעוּ (v’lo yig’á’ú) vem da raiz yaga (Strong’s 3021), que significa “labutar, cansar-se, exaurir-se”. Ou seja, correr sem se cansar. Repare que Isaías usa duas vezes raízes de cansaço (“yaga” e “ya’aph” abaixo) para reforçar: quem espera no Senhor recebe energia inextinguível.

  • Caminham e não se fatigam (וְיֵלְכוּ וְלֹא יִיעָפוּ) – Do verbo לָכַת (lakakh, “andar”) e da raiz יָעַף (yaʾaph, Strong’s 3287/3288). יִיעָפוּ (yiʿápu) é futuro de ya’aph, que significa “estar cansado, exausto, débil”. Junto com o paralelo anterior, enfatiza que até o caminhar cotidiano será possível sem fadiga. Em suma, não importa a dificuldade: aqueles que esperam no Senhor “não se cansam nem se fatigam”, pois recebem força eterna de Deus.

Essas palavras formam um quadro poético único: a fé ativa no Senhor (esperar com confiança) provoca um novo vigor divino que nos faz voar como águias e perseverar incansavelmente. Como observa um comentário em português, “quando Isaías escreve: ‘aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças’, ele está ecoando essa verdade. Esperar em Deus, no hebraico, é uma expressão de confiança e expectativa”.

Contexto Histórico e Literário

O capítulo 40 inaugura uma seção do livro de Isaías voltada ao consolo (às vezes chamada de “Livro da Consolação”, Isaías 40–66). O público original era o povo de Judá exilado em Babilônia, sentindo-se esquecido e sem esperança. O profeta relembra que Deus é o Criador eterno, que não se cansa nem se fatiga (Isa 40:28), e que Ele mesmo restaura o fraco (Isa 40:29). É nesse cenário que entra Isaías 40:31 como clímax do discurso: após frases como “Ele fortalece o cansado” e “até os moços tropeçam” (Isa 40:29-30), vem a promessa de que o Senhor dará vigor sem fim àqueles que confiam Nele.

John Oswalt, estudioso renomado, lembra que Isaías 40-55 serve precisamente aos exilados do século VI a.C.: ele observa que “os capítulos 1–39 tratam do século VIII, os capítulos 40–55 do exílio do século VI, e os capítulos 56–66 do retorno do exílio”. Mesmo sem entrar em debates de autoria, o essencial é que Isaías 40:31 surge num contexto de mensagem consoladora. O próprio tradutor Almeida Informa no versículo introdutório (Isa 40:1) “Consolai, consolai o meu povo”. O discurso segue estilisticamente como “bons profetas de consolação”: encorajamento lírico, promessas de restauração e exaltação da soberania divina. O paralelismo bíblico reforça a ideia de oferta total de Deus – espiritual, física e emocional – àquele que Nele confia.

Aplicação Devocional Contemporânea

Para o cristão de hoje, Isaías 40:31 é um chamado à perseverança na fé e à dependência de Deus diante da fraqueza humana. O versículo ensina que a verdadeira renovação não vem do nosso esforço, mas de esperar ativo no Senhor. Como John Oswalt enfatiza, confiar em Deus equivale a uma “expectativa confiante” de que Ele cumprirá Suas promessas. Essa confiança renova nossas forças: podemos “correr” ministérios e enfrentar lutas sem esgotar-nos, porque o Senhor supre nosso esgotamento.

Nesse sentido, é instrutivo notar que o Novo Testamento aplica o mesmo princípio. Paulo, por exemplo, incentiva: “sede firmes, inabaláveis, sempre abundantes na obra do Senhor” (1 Co 15:58), confiando que o Senhor justifica o serviço perseverante. De fato, Oswalt remete a esse versículo ao comentar Isaías 40:31, apontando que a confiança nas promessas de Deus faz o fiel “continuar dia após dia servindo o Senhor, sabendo que um dia Deus cumprirá as Suas promessas e será ricamente recompensado”.

Além disso, Isaías 40:31 revela o caráter de Deus como Aquele que cuida dos fracos. A Palavra afirma que o Senhor “não se cansa nem se fatiga” (Isa 40:28) e “dá força ao cansado” (Isa 40:29). Como nota um artigo devocional: “Se pensamos que Deus é grande demais para se importar conosco, na verdade não O consideramos grande o bastante. Sua grandeza não está só em ser forte, mas em Ele ser forte por nós. Deus não é grande demais para cuidar; ele é grande demais para deixar de cuidar”. Em outras palavras, nossa fadiga não surpreende Deus – Ele promete fortalecer-nos generosamente.

Por fim, a imagem da águia nos ensina uma postura espiritual: ao invés de lutar por meios próprios, somos convidados a nos erguer acima das tempestades pelo Espírito de Deus. A águia usa as correntes de ar fortes para voar alto em repouso; analogamente, o crente que se apega ao Senhor encontrará descanso ativo mesmo em meio à tribulação. Como J. A. Motyer escreve, Deus “dá força” e “renova” aqueles que Nele esperam, carregando-nos nas Suas asas. Assim, Isaías 40:31 encoraja o discipulado: mesmo diante do cansaço, o Senhor capacita-nos a prosseguir com coragem e confiança, sabendo que Ele mesmo é nossa força e sustentação.

Referências: Análise e comentários adaptados de fontes acadêmicas e devocionais, incluindo John N. Oswalt (NICOT), J. Alec Motyer, Walter Brueggemann e outros estudiosos. Estas citações evidenciam a profundidade do versículo dentro do texto bíblico e sua aplicação à vida cristã.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Algo invisível, porém eficaz, está em ação!

"Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei."
(Isaias 55:11.ARA)

Esse poder inabalável que criou cada partícula existente no mundo natural que conhecemos, apenas com a palavra.

A palavra de Deus tem o poder criador do Gênesis 1:1 quando criou o firmamento, os animais, toda complexidade da natureza, e a humanidade, perceba que quando o versículo diz: "e prosperará naquilo para que a designei" significa que o cumprimento da ordem irá além do determinado! 

A ordem será cumprida com excelência, será cumprida com prosperidade, percebe a abundância da natureza? A complexidade do universo? E a do nosso corpo? Nosso cérebro? Não usamos nem 15% da capacidade dele!

Então quando Deus dá uma palavra sobre a SUA vida ela não voltará vazia, será cumprida com prosperidade e voltará para Deus como apraz a Ele, e não a você!

Percebe? Não a você, que é limitada(o) pelo medo, pela "síndrome" do não merecimento, pela culpa, pelos traumas e pelo pecado.

Então quando orar, ore com fé em nada duvidando, agradeça a Deus e confie, pois Ele te ama e tem o melhor para você e a sua palavra fará na sua vida tudo que apraz a Ele de forma prosperará e não volta para Ele vazia. 

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Ore por Sabedoria

“Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.”
(Tiago 1:5)

1. Contexto Imediato

Este versículo está inserido no início da epístola de Tiago, em um contexto de provação e perseverança. Os versículos anteriores (v.2-4) falam da alegria nas tribulações porque elas produzem perseverança, e a perseverança leva à maturidade espiritual. É nesse ambiente de tensão — onde o cristão é chamado a resistir com fé — que Tiago aponta a necessidade da sabedoria.

2. “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria”

A palavra grega usada aqui para “sabedoria” é sophía, e não se refere a mera inteligência ou conhecimento teórico. É sabedoria prática — discernimento espiritual para agir corretamente nas provações, tomar decisões segundo a vontade de Deus e interpretar a vida à luz da eternidade.

Tiago não supõe que alguns talvez precisem e outros não; a forma condicional (“se”) assume a necessidade universal entre os leitores.

3. “Peça-a a Deus”

O verbo no imperativo grego “aitéō” significa pedir com insistência e expectativa. Tiago não diz para buscar essa sabedoria nos homens, na experiência, ou em sistemas filosóficos — mas em Deus. Isso reflete dependência, humildade e fé.

4. “Que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera”

Esse é o coração do versículo. Duas verdades são reveladas sobre o caráter de Deus:

Ele dá liberalmente (greek: haplōs) – Significa generosamente, sem segundas intenções, sem reservas. Deus é pródigo em sua graça e não limita Sua sabedoria aos “merecedores”.

E nada lhes impropera (ou censura) – Deus não acusa, não relembra falhas passadas, não diz “você deveria já saber isso”. Ele não desmotiva quem pede. Ao contrário do homem, que pode se impacientar ou envergonhar quem busca ajuda, Deus é gentil e acolhedor.


5. “E ser-lhe-á concedida”

A promessa é clara, sem ambiguidades. Não há dúvida quanto à resposta divina: quem pede com fé, recebe. A concessão da sabedoria não depende do mérito do homem, mas da generosidade de Deus.

Tiago 1:5 nos ensina que:

A sabedoria é essencial, especialmente nos momentos difíceis.

Deus é a única fonte confiável de sabedoria verdadeira.

Ele responde ao clamor sincero, com generosidade e sem humilhar.

Nossa parte é simples, mas vital: pedir com fé (v.6 reforça isso).


Portanto, diante de dúvidas, decisões, crises ou provações, o cristão não precisa se perder em insegurança. Há um convite aberto e constante: “Peça-a a Deus.”
E a resposta é certa: “e ser-lhe-á concedida”.

Se você está sofrendo é porque está em pecado! Será?

🔥 O Cristo das Lágrimas e o Engano do Triunfalismo – Reflexão em Hebreus 5:7 “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com f...