"Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte."
(Tiago 1.12-15.ARA)
Ontem vivi algo, que esses dias um pastor chamou de nossos gigantes, fazendo alegoria as batalhas e vitórias da Bíblia como Golias e o muro de Jericó. Ocorre que eu passei o dia evitando errar (pecar) por conta desses ataques, e cada um sabe onde "dói", as vezes a injustiça de alguém que amamos, ou ofensa gratuita de alguém que esperamos o melhor dói, e pode ser um gigante que te derrota, porque mexe com sua cobiça: desejo de agradar - e esse desejo desordenado pode gerar a morte. Parece tão pequeno né? E é! O mau é sutil, ele não vai chegar de chifres e tridente te garanto.
Ocorre que, quando passamos por provações — que no grego têm a mesma raiz da palavra “tentação” (peirasmos) — pensamos imediatamente: “Por que Deus está fazendo isso comigo?”, “Por que eu?” ou “Eu não mereço isso”, ou qualquer outra coisa do gênero que remete a Deus a "culpa" pela circunstância. Mas Deus não é tentado pelo mal e a ninguém tenta (Tiago 1:13)! Ele é santo (Isaías 6:3), e em Sua natureza não há trevas (1 João 1:5).
Portanto, segundo Tiago, isso é obra da nossa carne. Sim, quando ele diz “cobiça”, o original grego se refere a desejos desorganizados (epithymia) — e esses desejos “sem ordem” vêm de onde? Sim, vêm do nosso ego, do nosso “Adão” (Romanos 5:12). E é nessa parte de nós que precisamos de disciplina e autorresponsabilidade, porque — lembra que as provas são individuais? (Tiago 1:14) — pois é! Sempre serão.
Nossas provações revelam nossa intimidade com Deus, nosso amor a Ele, nossa honra a Ele — não só ao evitarmos o pecado, mas principalmente ao não perdermos a comunhão com Ele. Porque passar por provações pode nos levar a dois caminhos:
1. Aprovação, onde somos chamados de bem-aventurados (Tiago 1:12) e recebemos a coroa da vida (Apocalipse 2:10), mantendo a comunhão com Deus — que é o nosso maior objetivo.
2. Reprovação, que gera morte. Porque, se pecarmos por causa da provação ou da tentação, somos reprovados, nos tornamos “amaldiçoados” — ou seja, separados de Deus. Como Paulo diz em Romanos 6:23, “o salário do pecado é a morte”, e essa separação é a morte espiritual. Essa, sim, deve nos causar lágrimas (Salmos 51:11; 2 Coríntios 7:10), porque nos corta da presença de Deus, pois o pecado gera morte (Tiago 1:15).
Essa é a morte pela qual devemos chorar, pela qual devemos ser vigilantes para não sermos pegos por ela, por nossa própria cobiça, nosso ego, nosso orgulho. Ser provado pode ser inevitável — mas pecar não é (1 Coríntios 10:13).
Que Deus te conceda o Seu Espírito (Gálatas 5:16-17), para te conduzir cheio de amor, para não pecar contra Ele e assim não te matares espiritualmente.
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